Colónia Agrícola dos Milagres

Fotografia do Arq. Pinto Machado, 1960 Milagres, Leiria (Colónia Agrícola dos Milagres) Ministério da Agricultura - DGADR

Fotografia do Arq. Pinto Machado, 1960 Milagres, Leiria (Colónia Agrícola dos Milagres) Ministério da Agricultura - DGADR

Autor não identificado, sem data Milagres, Leiria (Colónia Agrícola dos Milagres) Ministério da Agricultura - GPP

Fotografia do Arq. Pinto Machado, 1960 Milagres, Leiria (Colónia Agrícola dos Milagres) Ministério da Agricultura - DGADR

Fotografia de Flavio Spaziani, Junho 2021 Milagres, Leiria (Colónia Agrícola dos Milagres)

Fotografia de Flavio Spaziani, Junho 2021 Milagres, Leiria (Colónia Agrícola dos Milagres)

Fotografia de Flavio Spaziani, Junho 2021 Milagres, Leiria (Colónia Agrícola dos Milagres)

Fotografia de Flavio Spaziani, Junho 2021 Milagres, Leiria (Colónia Agrícola dos Milagres)
Inaugurada em 1926, a primeira versão da Colónia Agrícola (CA) dos Milagres nasceu com casas de madeira, sendo apenas construídos 15 dos 44 casais inicialmente previstos. Está localizada nas proximidades da Ribeira dos Milagres (Leiria) e, à semelhança da maior parte das colónias criadas nas décadas seguintes, foi ocupar terrenos que pertenciam a baldios de aldeias próximas.
Já sob a gestão da Junta de Colonização Interna (JCI), a colónia foi reorganizada em 1939. A intervenção passou por desanexar o designado núcleo da “Triste e Feia”, reduzir para 12 o número total de casais e alargar a área de terra atribuída a cada casal para além dos cinco hectares iniciais. Assim, os casais incluídos no núcleo dos Milagres receberam 18.5 hectares cada um, enquanto que aos casais do núcleo da Bidoeira foram atribuídos 12.5 hectares.
Foi ainda necessário recuperar cinco casas e construir sete novos casais. A JCI procurou locais onde houvesse possibilidades de abrir poços, que satisfizessem as necessidades básicas de água. Os casais começaram a ser entregues às famílias de colonos em 1940. Dois anos mais tarde a colónia teria 86 habitantes. Mas a água disponível sempre foi considerada escassa pelos colonos, limitando os rendimentos das explorações agrícolas que continuaram a ser predominantemente de sequeiro.
Foram ainda reaproveitados ou construídos equipamentos coletivos no centro do núcleo nos Milagres, instalando um posto médico-social, uma casa do assistente técnico e um centro de assistência. Em cada um dos 2 núcleos construiu-se um chafariz e um forno para utilização coletiva.
Os conjuntos de edifícios desta colónia, desenhados pelo Agente Técnico de Construção Dâmaso Constantino, são implantados de forma linear ao longo das principais vias de comunicação, surgindo dispersos por cada parcela. A disposição das diferentes construções de cada casal (habitação, palheiro e dependências para animais), formalizam um pátio para apoio a atividades agrícolas. Verifica-se que em cada uma das colónias que surgiram no país, o pátio é o denominador comum.
Hoje, os equipamentos colectivos já não existem, mas o pátio mantém-se. Apesar de visíveis a falta de manutenção geral e a baixa qualidade construtiva dos casais, as profundas alterações urbanas e arquitetónicas realizadas sublinham o pátio. No conjunto, o núcleo dos Milagres preserva mais traços rurais, enquanto que o núcleo da Bidoeira é agregado ao carácter mais urbano da Bidoeira de Cima. A toponímia mantém a designação de Colónia Agrícola.