Colónia Agrícola da Gafanha

Autor não identificado, sem data Gafanha da Nazaré, Ílhavo (Colónia Agrícola da Gafanha) Ministério da Agricultura -GPP

Fotógrafo de Aveiro, 8-XII-58 Gafanha da Nazaré, Ílhavo (Colónia Agrícola da Gafanha) Ministério da Agricultura - GPP

Fotografia do Eng. António Campello, 1957 Gafanha da Nazaré, Ílhavo (Colónia Agrícola da Gafanha) Ministério da Agricultura - GPP

Autor não identificado, sem data Gafanha da Nazaré, Ílhavo (Colónia Agrícola da Gafanha) Ministério da Agricultura -GPP

Fotografia de Flavio Spaziani, Junho 2021 Gafanha da Nazaré, Ílhavo (Colónia Agrícola da Gafanha)

Fotografia de Flavio Spaziani, Junho 2021 Gafanha da Nazaré, Ílhavo (Colónia Agrícola da Gafanha)

Fotografia de Flavio Spaziani, Junho 2021 Gafanha da Nazaré, Ílhavo (Colónia Agrícola da Gafanha)

Fotografia de Flavio Spaziani, Junho 2021 Gafanha da Nazaré, Ílhavo (Colónia Agrícola da Gafanha)
A Colónia Agrícola da Gafanha foi desenhada numa área que já estava classificada como Mata Nacional, estende-se na proximidade do rio Boco, entre várias zonas do concelho de Ílhavo conhecidas pelo topónimo gafanha. Os planos de colonização ficaram concluídos em 1942, visando tornar produtivos esses solos arenosos.
Foram edificados 75 casais, que se distribuem ao longo dos eixos viários dispostos em estrela a partir de um centro. Os planos de 1942 previam que as habitações fossem executadas pelos colonos. Mas os edifícios construídos acabaram por ser concebidos pelo arquiteto Maurício Trindade Chagas, em 1950. Estes estão articulados em forma de L, constituídos por zonas de residência e dependências agrícolas. A formação do pátio coberto permite o acesso, a ligação entre as zonas construídas e a comunicação com a via pública. Os colonos começaram a instalar-se em 1952. Em finais dessa década estavam concluídos todos os casais, mas apenas 39 ocupados por 233 habitantes.
No centro, a partir do qual irradia a colonização, existia uma duna alta com pinhal, que se manteve como logradouro coletivo e fornecedor de matos e lenhas aos casais. Foi nesse centro que foram colocadas as infraestruturas para uso coletivo: duas escolas primárias, duas residências de professoras, posto médico-social, escritórios, uma casa do guarda, duas casas do assistente técnico e assistência técnica e uma capela inicialmente consagrada a Santo Isidro (hoje dedicada a Nossa Senhora dos Campos). Na década de 1960, um dos casais, mais afastado deste centro, foi transformado em posto da Guarda Nacional Republicana.
Estes equipamentos foram concebidos pelo arquiteto António Trigo nos inícios da década de 1950. A única exceção é a capela, que corresponde ao desenho da Aldeia Nova do Barroso (Colónia Agrícola do Barroso), mas que aqui surge rebocada e pintada de branco. Em meados da década de 1950, todo o conjunto formado por zonas públicas e privadas foi sujeito a um projeto de enquadramento e ordenamento paisagístico do arquiteto paisagista António Campello.
No caso desta colónia foram minimizadas as diferentes aptidões agroecológicas do solo, considerando que depois de alguns anos de cultivo estariam uniformizadas. A componente rústica dos casais corresponde a quatro hectares, com um plano produtivo que combina um hectare de sequeiro (tremocilho, cevada, milho, fava e pastos) e três hectares de regadio (batata, cebola, feijão, tremocilho, milho, milharada e pasto). As parcelas estão delimitadas por árvores, que também funcionam como cortinas de abrigo. Entretanto, com o abandono das atividades agrícolas, as árvores proliferaram e essas demarcações tornaram-se menos visíveis.