Colónia Agrícola da Boalhosa

Fotografia de Barreto de Moura, Março 1960 Chã de Lamas, Paredes de Coura (Colónia Agrícola de Boalhosa) Ministério da Agricultura - GPP

Fotografia de Barreto de Moura, Março 1960 Chã de Lamas, Paredes de Coura (Colónia Agrícola de Boalhosa) Ministério da Agricultura - GPP

Fotografia de Barreto de Moura, Março 1960 Chã de Lamas, Paredes de Coura (Colónia Agrícola de Boalhosa) Ministério da Agricultura - GPP

Fotografia de Barreto de Moura, Março 1960 Chã de Lamas, Paredes de Coura (Colónia Agrícola de Boalhosa) Ministério da Agricultura - GPP

Fotografia de Flavio Spaziani, Junho 2021 Chã de Lamas, Paredes de Coura (Colónia Agrícola de Boalhosa)

Fotografia de Flavio Spaziani, Junho 2021 Chã de Lamas, Paredes de Coura (Colónia Agrícola de Boalhosa)

Fotografia de Flavio Spaziani, Junho 2021 Chã de Lamas, Paredes de Coura (Colónia Agrícola de Boalhosa)

Fotografia de Flavio Spaziani, Junho 2021 Chã de Lamas, Paredes de Coura (Colónia Agrícola de Boalhosa)
Os estudos para criar a Colónia Agrícola da Boalhosa começaram nos anos 30, mas a instalação dos primeiros colonos ocorreu 20 anos depois. Esta colónia localiza-se na Serra da Boalhosa, abrangendo baldios que pertenciam a aldeias integradas nos concelhos de Paredes de Coura, Monção e Arcos de Valdevez. A delimitação da área a utilizar foi sujeita a mudanças, que exigiram a conceção de vários projetos de colonização.
No estudo prévio dos baldios da Serra da Boalhosa realizado em 1939, previa-se a divisão em três núcleos: Chã de Lamas, Chã do Real e Chã de Pipas. Em 1946, o projeto de colonização abrangia 1150 hectares, planeando-se a construção de 83 casais em quatro núcleos: Vascões, Concessão, Lameira do Real e Chã de Pipas. No início dos anos 50, foi apresentado um novo projeto, para uma área com cerca de 680 hectares e 68 casais. No projeto de 1954, os edifícios já surgem organizados em banda.
É a partir desta concepção que, em 1956, os casais são desenhados para o lugar de Chã, na freguesia de Vascões (Paredes de Coura). Concebidos pelo arquiteto José Luís Pinto Machado, os casais têm áreas brutas de 156m2, sendo 66m2 destinados à habitação e os restantes para apoio às atividades agro-pecuárias. Aproveitando o declive do terreno, os pares de casas geminadas apresentam-se voltadas a Sul e organizadas em dois meios pisos. Visto do exterior, este conjunto arquitectónico principal acaba por dissimular os pátios cobertos e estábulos para bovinos que estavam directamente ligados à habitação da família. Estas atividades estavam complementadas com instalações autónomas para pocilgas, nitreira e espigueiro implementados no logradouro. Em 1960, os arquitetos António Trigo e José Luís Pinto Machado planearam a ampliação das dependências agrícolas dos casais, o que não chegou a ser executado.
Uma revisão do plano de colonização da Boalhosa de 1964, reduziu o número de casais para 24. Mas o aglomerado residencial acabou por ser constituído por 30 casais. Entretanto, a conclusão das obras foi permitindo a instalação dos primeiros colonos. Em 1958 estavam ocupados 14 casais, com um total de 70 habitantes. Em 1973, apenas restavam 10 famílias.
As instalações para usos coletivos não chegaram a ser concluídas. Na zona mais elevada foram construídas a escola e a casa do professor, ficando por executar a capela e o posto médico. O forno coletivo foi colocado na zona mais baixa do aglomerado, enquanto o edíficio da assistência técnica (armazém, escritório e casa do guarda) está um pouco mais afastado do conjunto.
Os campos envolventes estavam dedicados à produção de batata, cereais e pastagens. A reorientação desta colónia para a agro-pecuária, aproxima-a do que se praticava no Alto Minho e reflete as tendências da época de incentivo à produção de produtos pecuários. Os técnicos da JCI incentivaram essas mudanças e a mecanização das tarefas.
As dificuldades de fixação dos colonos, as tensões com as aldeias vizinhas e as condições de exploração da terra continuam a ser recordadas, mas para a maior parte dos residentes atuais já não fazem parte do quotidiano laboral ou familiar. A escassa utilização dos campos e as alterações dos casais, que passam pela transformação das dependências agro-pecuárias na residência, refletem essas mudanças. Se os habitantes deste aglomerado alguma vez se reconheceram na designação de Colónia Agrícola da Boalhosa, atribuída pela JCI, tal já não acontece: hoje residem em Chã de Lamas.