Colónia Agrícola do Alvão

Fotógrafo de Aveiro, 8-XII-1958 Alvão, Vila Pouca de Aguiar (Colónia Agrícola de Alvão) Ministério da Agricultura - GPP

Fotógrafo de Aveiro, 8-XII-1958 Alvão, Vila Pouca de Aguiar (Colónia Agrícola de Alvão) Ministério da Agricultura - GPP

Fotógrafo de Aveiro, 8-XII-1958 Alvão, Vila Pouca de Aguiar (Colónia Agrícola de Alvão) Ministério da Agricultura - GPP

Fotógrafo de Aveiro, 8-XII-1958 Alvão, Vila Pouca de Aguiar (Colónia Agrícola de Alvão) Ministério da Agricultura - GPP

Fotografia de Flavio Spaziani, 2021 Alvão, Vila Pouca de Aguiar (Colónia Agrícola de Alvão)

Fotografia de Flavio Spaziani, 2021 Alvão, Vila Pouca de Aguiar (Colónia Agrícola de Alvão)

Fotografia de Flavio Spaziani, 2021 Alvão, Vila Pouca de Aguiar (Colónia Agrícola de Alvão)

Fotografia de Flavio Spaziani, 2021 Alvão, Vila Pouca de Aguiar (Colónia Agrícola de Alvão)
A Colónia Agrícola do Alvão (CA) estende-se por sete núcleos habitacionais em terrenos baldios no planalto entre os vales dos rios Tâmega e Corgo, no concelho de Vila Pouca de Aguiar.
O projeto foi desenvolvido em 1945 e atualizado em 1948, visando a construção de 24 casais agrícolas. Cada um recebeu em média 25 hectares de terra, mas apenas três com reconhecida aptidão agrícola. A admissão de colonos decorreu entre 1954 e 1955. Em finais de 1959, registaram-se 175 habitantes. Nas décadas seguintes, muitos desistiram e os que ficaram recordam as dificuldades de explorar aquelas terras.
A localização dos núcleos habitacionais procura estar próximo dos melhores terrenos e acompanhar o percurso do rio Torno, que assegurava acesso a alguma água. Tal como na Colónia Agrícola do Barroso, o plano de exploração agrícola reproduzia o habitual na região. A economia dos casais assentava na produção de batata e centeio, acompanhada pela utilização dos lameiros (regadio) para criar bovinos e produzir forragens e milho.
Os técnicos que acompanhavam as atividades dos colonos deslocavam-se desde Vila Real. Talvez a proximidade desta cidade justifique que não tenham sido construídas instalações de apoio técnico. Os equipamentos coletivos resumem-se a chafariz, tanque e forno construídos em cada núcleo de casais.
Em 1967, foi edificada uma pequena capela (arquitecto J. Neves Oliveira), num local que procurava ser equidistante dos casais e numa parcela que estava atribuída a colonos. Tal como em todos os templos construídos em colónias agrícolas, a capela foi consagrada a Santo Isidro, padroeiro dos agricultores. Todavia, o conjunto não chegou a ser concluído e parece ter sido curto o período dedicado ao culto.
O projeto dos casais foi concebido em 1950 pelo arquiteto Maurício Trindade Chagas. É notório como foi redesenhado a partir dos casais projetados para o Barroso. Mas apresenta algumas diferenças: edifícios com menor área bruta, piso térreo, rebocados, pintados de branco e com cunhais em pedra à vista. Preservam-se certos princípios: o conjunto edificado está organizado em redor do pátio coberto, tem na cozinha o elemento central e essencial para as acessibilidades da habitação. Na esteira dos ensaios da Carta de Atenas da CA Barroso, a estrutura urbana e territorial mantém as características até hoje.
A maioria das casas encontram-se habitadas, com a inclusão do pátio coberto e dependências agrícolas para o uso habitacional. O núcleo da Ponte Nova, que tinha duas casas, desapareceu recentemente com as obras da nova Barragem de Gouvães, persistindo nas terras dos casais apenas as pedras aparelhadas que as materializam. Os equipamentos coletivos continuam a referenciar os espaços públicos e mantém-se a articulação entre urbano e território, também ensaiados na CA Barroso. Todavia, a capela de Santo Isidro, construída como potencial centro agregador de todos os núcleos, está vazia, sem qualquer acesso definido e protegida por altas giestas de olhares indiscretos.